tag:blogger.com,1999:blog-60221345161538760842024-03-13T10:16:46.089-07:00tantas possibilidadessou uma menina que quer ser encantada pelas palavras, pelo mundo, por tudo o que existe lá fora e aqui dentro. aqui, quero encantar, nem que seja a mim mesma. quero escrever o que for, o que vier, sem receios ou limites, sem pudor, escrever apenas.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-17830675864020587562011-06-08T16:16:00.000-07:002011-06-12T21:42:31.100-07:00bengalas afetivastem gente que prefere viver no campo das idéias. não entendo isso muito bem. quer dizer, acho que entendo sim: assim é mais fácil se manter intacto, à parte dos contratempos dos relacionamentos (sejam eles quais forem). mais fácil manipular protótipos de pessoas platônicas e inatingíveis, do que as deveras reais. porque quando você lida com gente de carne e osso, você está sujeito a ser tocado, a sentir e ser sentido, a ser ou não ser querido. e isso dá medo! sua cumplicidade e capacidade de trocar com outras pessoas são testadas e você passa a ter a oportunidade de aprender: às vezes dividir e compartilhar é mais gostoso do que se sentir superior sempre, mas sozinho. superior à quê e quem, então, se muitas vezes falta a humildade de enxergar que existe o outro? tenho que concordar com você: quanta arrogância..<br />mais fácil se relacionar com pedras, porque assim, de fato, você sempre vai estar no comando. não to fazendo apologia aos "relacionamentos sérios", pelo contrário. falo de estar aberto às pessoas, à amizade e ao amor, venha ele como for. não precisa ser "sério" pra ser verdadeiro. por que não mais leve e mais espontâneo? real, e não ideal?<br />acho que é porque é mais fácil admirar e endeusar aquela pessoa que tá lá, bem longe de você, né? aquela que é impossível de ter, não importa o motivo. o desafio, meu caro, é a beleza de preservar sua capacidade de admirar, amar, mesmo com os defeitos e a convivência. é essa a diferença: pessoas de verdade têm defeitos escancarados, enquanto esses personagens platônicos que você inventa seguem perfeitos e perfeitamente endeusáveis, já que são mascarados pela farsa do campo das idéias purpurinadas, que você tanto gosta. mas dentro disso existe outra diferença que provavelmente escapa a seus olhos: pessoas de verdade, além dos defeitos, também podem ser feitas de amizade, cumplicidade, carinho, amor, verdade. os personagens inatingíveis, por outro lado, têm apenas a imagem. se não falsa, muitas vezes incompleta e mitificada.<br />tenho sentido uma grande superficialidade nos encontros e relacionamentos atuais. mais uma vez: não digo só dos amorosos, não, não, isso já passou a ser um costume interpessoal. parece que hoje em dia, para se relacionar, as pessoas necessitam sempre de bengalas. uma conversa quase necessariamente está ligada a um copo de cerveja na mão (deixo claro que meu intuito não é usar de moralismo, aprecio muito uma cervejinha gelada. acontece que adquirir o costume de utilizá-la com o principal objetivo de mascarar e moldar o que a gente sente é, no mínimo, inadequado. porque isso é uma forma de fugir da gente mesmo, entende?). como é gostoso conversar pura e simplesmente pelo prazer de trocar idéias, conhecimentos e sentimentos! sem depender de um estado alterado que (pensa-se) só é possível alcançar com algum tipo de substância à parte.<br />às vezes penso que as pessoas perderam o hábito de se comunicar profundamente e de se abrir umas com as outras. são tantas as distâncias impostas, tantos não me toques e fugas! o medo de se relacionar é tão grande que você precisa ter certeza que está absurdamente apaixonado, e mais: que o que você sente é recíproco, pra falar um simples "hei, eu gosto de você". por que não elogiamos mais as pessoas, conhecidas ou não? não precisa ter certezas pra isso. nem tudo é tão certo quanto exigimos e isso é bonito! é tanta possibilidade de admirar o próximo, encaixotada e reprimida. tantas percepções de sorrisos bonitos, sinceridade, determinação (seja lá o que for que você admira) engolidos e deixados pra lá. por quê? é bom compartilhar! é saudável também.<br />outra coisa: quando surgiu e de onde veio essa mania de medir as pessoas por tópicos tão fúteis? com medições pelas posses materiais eu infelizmente já estava acostumada, mas agora, talvez pelo meio em que eu me encontre, tenho percebido que o que as pessoas são de verdade em sua totalidade tem sido constantemente substituído pelo que elas sabem intelectualmente. acho que esse é um jeito cult de comparar, julgar, diminuir e se sentir superior às mesmas. acredito que toda forma de julgar seja uma grande perda de tempo e oportunidade de crescer com as diferenças e sabedorias (existentes para todos, de maneiras peculiares) de cada um. uma pena. <br />e mesmo com tudo isso você segue vivendo no campo das idéias. teoria é admirável também, quem sou eu pra descartá-la? só me preocupa o fato de você se permitir ser guiado apenas por teóricos e seus textos altamente intelectuais, pelas mulheres encantadoras daqueles filmes incrivelmente cultos, enquanto os acontecimentos reais que passeiam, rastejam e gritam por atenção, bem debaixo dos seus olhos, são tão insignificantes e diminuídos, por não se compararem às idéias intocáveis que você alimenta.<br />não é uma troca que te proponho fazer, meu bem. não tem que ser um ou outro.<br />é só que tentar completar faz bem.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-50161052437355933752011-04-10T21:50:00.000-07:002011-04-10T21:52:26.912-07:00me voa e me acarinha jazzera jazz que tava tocando. lindo. vinha de fora, entrando de fininho pelos meus ouvidos. descobri um som novo, que pintou sensações de passarinho em mim. como se eu estivesse voando.<br />tudo se misturou com poesia. rimou tom com mia - miado de palavra-dia despertou melodia de letras soltinhas e livres em toda a parte, até chegar no fundo do meu umbigo. aí veio a fotografia. luz entrou pela frestinha daquele quarto e gostou de ficar por ali. bem-te-vi, tinha você como companhia.<br />tudo virou suor brotando da minha pele: gotas de jazz, de passarinho, de poesia, fotografia, você, se encontravam de pêlo em pêlo. de poro em poro eu respirava cheiro de cor diferente, diluída no ar.<br />repara que dá pra se transformar em nota musical. fica aguda, perambula, geme de prazer sonoro, se transforma em pausa - e ainda assim tem música ali. que nem em ser humano bicho da silva: o silêncio também pode soar barulhinho bom. remete ao som gostoso daquele violão que você tem saudade por não tocar.<br />fiquei chapada de mundo. cabia na tela da tv o espelho que a gente via. refletia. ganhei uma foto de píer-melancolia. cinema tem cheiro de vida, né? vi tua vida pequenina desconhecida.<br />pausei e silenciei teu sorriso naquela tarde de jazz passarinhando. como numa foto em branco (sem preto, só branco), de gosto de luz-amarelo-lua. ainda ouvia o som pela rua. poesia ainda me desafia de foto em foto (grafia), a virar por completo arte de ilusão minha e tua. <br />foi uma tarde de arte: do jazz, à pele nua. por entre, carinho. parecia caber tudo.<br />passarinho gostou de me voar e me acarinhar jazz.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-26405868469650030812011-04-06T17:08:00.000-07:002011-04-06T18:08:05.238-07:00desejovejo você<br />reparo<br />desejo<br />todo o você possível<br />em mim<br /><br />mergulho<br />nos teus olhos de mar<br />teu sorriso de luz<br />me faz querer sorrir contigo<br /><br />vontade de chegar mais perto<br />fazer do incerto, certo<br />e por que tem que ser tão incerto assim, hein?<br />não faz assim comigo não, meu bem<br /><br />eu quero<br />me afogar nos teus olhos<br />sentir o gosto da tua boca<br />da tua pele. sentir o cheiro<br />meu em ti, cheiro teu em mim<br /><br />quero você<br />penso em teu toque<br />tuas mãos no meu corpo<br />teu suor virando meu<br /><br />mas cadê você?<br />cadê? <br />cadê teu corpo no meu? <br />o cheiro da tua respiração?<br />o gosto teu, hein, cadê?<br /><br />não faz assim comigo não, meu bem<br />se você prestar atenção,<br />você sabe<br />sabe que tudo o que eu sou<br />quer você<br />e se você olhar pra mim de verdade<br />pra dentro de mim<br />se você vier <br />dentro de mim<br />você vê<br />você sente<br />eu to nua por inteiro<br />pra vocêclara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-34806185075951734322011-03-19T14:42:00.000-07:002011-03-19T15:02:24.821-07:00falta de arescrevi esse texto às 05:30 da manhã do dia 19/03/2011. ia dividi-lo em parágrafos certinhos, mas decidi deixar assim, porque afinal foi assim que ele nasceu: num momento em que eu tava extremamente angustiada. saiu tudo sem ordem, saiu como um turbilhão de sentimentos não reprimidos pelo que dita a norma culta da língua.<br /><br /><br />são 5:30 da manhã. acabei de chegar em casa com um aperto no coração, um sufoco angustiado que prende a garganta e não me deixa respirar direito. meu dia tinha sido ótimo até ali: acordei cedo, li meu livro, passeei pela rua com minha mãe, almocei na casa da minha avó, tirei um cochilo da tarde (...) à noite fui pra uma festinha na uff, destinada aos calouros do iacs. saí no meio pra encontrar com outras amigas no saco de são franciso e voltei pra uff em seguida. a festinha acabou e resolvemos ir pra cantareira, uma praça que tem logo ali do lado, cercada de bares, pessoas de todos os tipos, vendedores ambulantes, músicos e dançantes. tava tudo lindo: a lua, a companhia, a música que passeava pelo samba, forró e rock. percebi um movimento estranho de repente. ouvi um barulho diferente. quando olhei pra trás, vi que dois homens estavam brigando há uns três palmos de mim, mas depois de alguns milésimos de segundos sem conseguir me mexer, percebi que só dava pra notar o movimento de um deles. o controle. ele segurava o outro homem pelo pescoço (acho que o nome disso é gravata), sem que ele pudesse respirar. não precisava de muito esforço pra perceber que o cara imobilizado tava com a cabeça toda vermelha. “APAGA ELE, APAGA! PORRA, APAGA ELE!” foi só o que eu consegui ouvir. umas três pessoas foram tentar separar a briga e foram agredidas pelos acompanhantes do agressor em foco. eles não deixavam ninguém intervir. eu continuei imóvel por todo o período da briga, a qual sinceramente não consigo estimar um tempo aproximado. pra mim pareceu uma eternidade, aquilo não acabava nunca e o cara imobilizado agora tava roxo. algumas pessoas começaram a gritar “chega, chega! pelo amor de deus, chega!”. pra mim o cara tava morto. o agressor soltou ele por conta própria, indo contra os dizeres dos que estavam mais próximos. ele tava vivo. em pé. nunca tive essa sensação de testemunhar uma quase morte por motivo que até agora eu desconheço. como isso é louco: vc ta vivo agora e de repente alguém tem o poder de decidir se vc vai ta vivo ou não no segundo seguinte. não conhecia o cara que tinha sido imobilizado, mas passou pela minha cabeça um bilhão de possibilidades de vida que ele podia, simplesmente, perder. pai? marido, filho, amigo? ser humano. ser vivo. por pouco não mais. COMO ASSIM??? pra mim isso é muito difícil de entender, de pensar, de cogitar. quando a briga terminou o agressor simplesmente virou as costas e se pôs a andar, seguido pelos amigos incentivadores da briga. eu continuava imóvel, sem ação ou reação, tremendo. consegui olhar pra todos os lados: pras pessoas assustadas como eu, pro agressor, pro imobilizado, que agora abraçava uma mulher. não para de passar muita coisa na minha cabeça, até agora. e isso não para de crescer e crescer dentro de mim. será que teve um motivo? será que existem motivos que expliquem uma ação dessas? será que tem alguma coisa ligada à necessidade de se sentir no poder, de dominar? insegurança? medo de parecer fraco? fiquei tentando entender só, mesmo que nunca chegue a uma conclusão sensata. será que o cara que foi dominado fez alguma coisa pra receber aquela agressão toda? (não acho que nada justifique isso, mas será? ou será que o cara q agrediu era “louco”? psicopata?). tentei entender o lado dele, do cara, acredito eu, mais odiado por todas as pessoas que tavam ali. fiquei também com muita raiva dele, com nojo... com pena. pode ser muito ingênuo da minha parte, mas sempre acreditei que uma pessoa que chega a fazer coisas assim é muito infeliz. como será que foi a vida dele até hoje? difícil, talvez. talvez não, mas se ele fosse feliz, afinal, por que tanta violência? por que tanta necessidade de se mostrar forte e invencível? será que ele vai dormir se orgulhando disso, ou será que ele chora quando lembra do que fez? será que é indiferente? imagina o que é tirar uma vida com as suas mãos. é muito triste isso tudo. não to tentando defende-lo, mas não consigo simplesmente julga-lo e culpa-lo sem pensar no que tem por trás disso. o que ele tem, o que ele é, e ninguém vê. um tempo depois da confusão terminar um amigo me falou “clara, calma. não vale a pena ficar assim por causa disso, por causa desse tipo de gente. os dois tão bem, tão vivos.” o “por causa desse tipo de gente” não caiu bem pra mim, não gosto dessa expressão, sabe? que tipo de gente? ele é gente e ponto! o fato é que aquela energia boa, tranquila, que se espalhava por nós, de repente ficou pesada de uma maneira inexplicável. como deve ser triste viver nesse peso todo, proporcionar tanto aperto negativo no coração. algumas pessoas até tentaram dançar depois disso, mas não era espontâneo. será que ele vai voltar com uma arma? será, será, será? não sei. sei que me senti inútil e frágil diante daquilo tudo, por não poder e fisicamente não conseguir fazer nada, por ficar imóvel, só observando. como o cara agredido deve ter se sentido? um lixo. pior que isso, acho. e eu simplesmente não consigo tomar uma posição definitiva sobre acontecimentos como esse. não consigo sentir só raiva.<br />agora são 06:30 da manhã e de alguma forma estou um pouco mais calma. minha cabeça parece vazia. já pensei em ligar todo esse acontecimento aos políticos corruptos, ao déficit da educação no nosso país, à desigualdade social, aos preconceitos (o agressor era negro e aparentemente humilde). todo aquele clichê (não que seja sem propósito) que retorna quando tentamos botar a culpa em alguém ou algo. era isso mesmo que eu tava tentando fazer sem perceber: achar um culpado. mas afinal isso é bem mais difícil do que parece. sem mais tentar defender um ou outro, ou julgar, ou culpar, acho que vou parar por aqui por não ter muito mais o que dizer. mais uma vez não chego a nenhuma conclusão sensacional e esclarecedora, mas acredito que toda tentativa de tentar se autocompreender é válida. como seria mais legal se todos tentassem se observar e entender o que se passa por dentro, antes de tomar uma atitude violenta como essa.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-13050409864870702522011-03-04T16:08:00.000-08:002011-03-04T16:23:35.291-08:00me move e me chovemovimento me move<br />chuva me chove<br />vento me venta o cabelo<br />que pinga a chuva<br />que chove no vento<br />que corre <br /><br />movimento me chove<br />chuva me move<br />inspiro<br />piro <br />me viro e me movo<br />me chovo e reviro<br />deliro <br /><br />movimento que vento<br />chuva que choro<br />expiro e demoro <br />no espirro que molha<br />e chora<br />pinga <br />e corre<br /><br />me venta<br />me chora<br />me chove<br />me corre<br />me vira e revira<br />me inspira e me pira<br />me espirra<br /><br />me movimenta<br />a chuva que venta<br />o vento que chora<br />o choro que corre<br />o tudo <br />que moveclara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-36516278146816969732011-03-04T15:15:00.000-08:002011-03-04T15:18:44.862-08:00ta ali<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/--7vL0yNnbmE/TXFzGIsJJ4I/AAAAAAAAAE4/o7k1kcsahvA/s1600/IMG_1200.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 214px; height: 320px;" src="http://1.bp.blogspot.com/--7vL0yNnbmE/TXFzGIsJJ4I/AAAAAAAAAE4/o7k1kcsahvA/s320/IMG_1200.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5580367962537797506" /></a><br /><br />tinha uma história ali.<br />e não é porque a folha caiu<br />que a história sumiu<br />ta ali ainda<br />marcada<br />mesmo que cortada,<br />ta ali<br /><br />por baixo dela tinha outra história<br />e não é porque o carro passou<br />que a história que uma vez chorou, sessou <br />ta ali ainda<br />esquecida<br />ou querida<br />ta aliclara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-48881152720041348312010-11-18T11:01:00.000-08:002010-11-18T11:25:10.045-08:00.abraço. braço enroscado no laço. aço que quebra em pedaço. no amaço, mormaço: descarrego o cansaço. embaraço o que faço, amo (s)em compasso, me despedaço, caço o inchaço do passo. ultrapasso o abraço. renasço.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-74717336925565031312010-10-27T10:38:00.000-07:002010-10-27T10:58:17.372-07:00passos em frentehá tanto tempo não saía de casa, que seus olhos agora lacrimejavam com o vento gelado que acariciava seu rosto pálido. deu dois passos. parou. pensou em voltar pro calabouço escuro em que transformara seu próprio quarto. lá encontrava a ilusão de um conforto. lá as paredes impecavelmente brancas e as janelas e porta trancadas a protegiam. não voltou, porém. deu mais alguns passos em frente, contra o vento que ainda lhe arrancava lágrimas. quando encontrou a areia, foi tomada por um prazer que há muito não sentia. não se lembrava da textura, da temperatura, do cheiro do mar que agora banhava seus pés friorentos. afundou naquela areia molhada, como uma criança querendo esconder o pé. a lágrima que caiu nesse momento desprendeu um sorriso de canto de boca, tímido como a espuma que nascia na beira daquela água. fruto de poucas ondas que chegavam, também tímidas. resolveu se destrancar por um instante da prisão instalada em seu interior e olhou a sua volta. era tanta vida! pessoas correndo, crianças brincando. sentiu-se bem. se permitiu fazer parte daquela vida toda. dessa vez deixou que o vento, a areia, o mar, a vida lhe desprendessem uma gargalhada alta, cujo som também não se recordava. respirou fundo, porque queria deixar todo aquele vento entrar. vento que carregava o som daquelas gargalhadas, daquele mar. queria se encher da vida que o vento parecia carregar. quando se deu conta, tinha se transformado no próprio vento.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-73499156075418124292010-10-26T16:02:00.000-07:002010-10-26T16:09:04.621-07:00por si sótenho sentido vontade de escrever sobre aquele vaso vazio de plantas, o botão largado no canto do quarto e o suor que escorre direto para o chão. não sobre a ausência da flor, da blusa e da pele. vejo sentido no que é por si só, sem nexo ou necessidade de explicação e complemento. não precisa ser grande, ou importante, ou apaixonante, ou qualquer outra coisa. só precisa ser escrito, se vem de dentro.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-87720566640990822992010-10-26T15:56:00.000-07:002010-10-26T16:01:32.895-07:00pingo de gotatem um pingo de gota passeando pelos pelinhos do meu braço. arrepio. meu corpo pulsa, vive. vive e pulsa e o pingo de gota se multiplica. vem de dentro, brota de mim e me faz sentir. tem uma cachoeira em algum lugar daqui, cheia de pingos de gota, que deslizam e se espalham pelo meu corpo, até me fazerem transbordar. eu me afogo nos meus pinguinhos de gota. e aí eu respiro dentro deles.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-15872307374782427882010-10-26T15:53:00.000-07:002010-10-26T15:55:50.967-07:00nuaquando eu andava nua na rua crua de sombra da árvore, o vento me vestia ao mesmo tempo em que me despia daquela energia que não era minha. o pesado virava levinho. a minha roupa era o vento. meu alento por dentro da pele, dentro do peito, em cima do leito. meu músculo não reprimia meus sentimentos por dentro da carne. eu não tinha roupas, ou muros, ou cercas. eu não cabia em fôrmas. porque eu era do tamanho de tudo o que é livre, de tudo que é ar, de tudo que é vento.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-16666112222238888562010-06-24T18:44:00.000-07:002010-06-24T19:30:01.219-07:00foto.foto.<br />um beijo roubado, um movimento acanhado, um toque esperado.<br />foto.<br />um beijo bem dado, um movimento assanhado, um toque apertado.<br /><br />num céu azulado, de sol apaixonado, em tempo desregrado:<br />foto. grafia pintada de cor. ação congelada de dor. foto de amor desvairado.<br />cabelo descabelado, abraço enlaçado, lábio molhado, danado, engraçado, adorado, ado, ado, ado...<br /><br />foto.<br />um lençol encharcado, dois corpos pelados, um gemido gritado.<br />foto.<br />um lençol descartado, dois corpos melados.<br />mas o gemido agora é forçado.<br /><br />num quarto fechado, de clima pesado, um dizer ignorado: foto.<br />num céu acinzentado, de sol terminado, em tempo levado. preto e branco: <br />foto. grafia pintada sem cor. ação congelada de dor. foto de amor inventado.<br />pedido negado, coração quebrado, tudo acabado, requentado, rasgado, desgraçado, ado, ado, ado...<br /><br />foto.<br />o tudo acabado é recomeçado com um beijo roubado.<br />movimento acanhado.<br />toque esperado (...)<br /><br />foto.<br />amor desvairado, amor inventado, amor desgraçado <br />acertado, errado e aí consertado.<br />amor machucado<br />curado<br />amor amado.<br /><br />foto. <br />e chega de ado.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-47136114568137039232010-06-23T13:41:00.000-07:002010-06-23T19:14:50.541-07:00acho que perdi meu olhoacho que perdi meu olho. tenho olhado com olhos que não são meus.<br />acho que perdi minha boca. perdi minha língua, minhas palavras, meus dentes. tenho sorrido com dentes que não são meus. mais amarelos que o normal, forçados. <br />já que perdi minhas palavras, acho que perdi meu cérebro. afinal, palavras, antes de saírem pela boca, são pensadas (pelo menos deveriam ser). e não, eu não penso mais com o meu cérebro. talvez com algum cérebro robô coletivo, que só armazena pensamentos iguais, impostos, não entendidos, só segue pensando sem saber pensar, sem saber porque, sem saber.<br />acho que me perdi.<br />procuro por mim, pelo meu olho, minha boca, língua, palavras, dentes, cérebro. procuro devagar na maioria do tempo, mas `as vezes desvairada, apressada, aflita (quando acho que perdi também o tempo). como se o tempo aparentemente perdido devido `a minha procura se multiplicasse. ele não se importa com todas essas perdas. tempo não tem olho. nem boca, nem palavras, nem cérebro. nem ponteiro o tempo tem. sabe, também não quero ter ponteiros! eles cismam em me apressar. acham que são o tal do tempo. <br />será que devo parar de procurar meu olho? e me contentar em olhar com olhos que não são meus? pra não perder, além de tudo, o tempo que vem? sempre achei que isso era se auto-cegar. não olhar. olhar é outra coisa.<br />eu costumava ter um olho meu, uma boca minha, um cérebro de idéias firmes. em qual lugar daquelas montanhas, talvez daquelas nuvens ou daqueles mares, meu olho deve estar?<br />procuro...<br />acho um vazio cheio de nada. e aí, nesse nada, acho um grão de não sei bem o quê. brotou o grão. brotaram, do nada, essas palavras que escrevo agora. tronchas, mais confusas que o normal, sem sentido. <br />perdidas. como meu olho e todo o resto.<br />no entanto, menos perdidas que aquelas palavras que comentei ali em cima. aquelas eram ditas pela minha boca perdida. desvirtuadas pelos meus dentes mais amarelos que o normal. aquelas eram pensadas pelo meu cérebro também perdido. é, essas são definitivamente menos perdidas que aquelas. <br />minha vontade é escrever palavras soltas, várias delas. e que elas se juntem sozinhas, se embaralhem, se confundam, até se formarem de novo, letra após letra. até se acharem. até eu me achar, nas palavras. nas minhas, minhas palavras. <br />o fim desse monte de letras confusas juntas não é lindo como um conto de fadas. eu não achei meu olho antes de terminar de escrever. mas acho que tive uma idéia enquanto escrevia: ele não está em nenhuma montanha, ou nuvem, ou mar. acho que ele está bem mais perto. não sei aonde ainda, mas acho que é dentro de mim. aqui, em algum lugar.<br />aqui. junto com minha boca, minha língua, minhas palavras, meus dentes, meu cérebro.<br />aqui. em algum lugar daqui.<br />junto comigo.<br /><br />o tempo que me perdoe, mas eu procuro...clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-17434546820642248022010-05-16T09:07:00.000-07:002010-05-16T09:09:43.278-07:00a menina vivefeita de saudade, a menina canta<br />encanta por simplicidade<br />nem sempre é simples, porém. às vezes não sabe<br />muitas vezes não sabe, aliás<br /><br />feita de dúvida, a menina chora<br />quer sumir, ir embora<br />mas fica. arde, grita, explode, morre<br />e, enfim, se descobre<br /><br />não culpe a menina<br />já quisera ter certeza, a bailarina<br />mas quem disse que certeza é certo?<br />afinal, se não muda, é retrocesso<br />a menina muda. tanto, que se perde<br /><br />feita de amor, a menina brilha<br />sonha, dança, fantasia<br />quer paz, busca carinho, passa alegria<br />mas arde, grita, explode, morre<br /><br />feita de tudo, a menina vive.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-56198798625612826282010-05-15T08:53:00.000-07:002010-05-15T09:12:48.002-07:00auto-sinceridadeé engraçado, as pessoas vivem exigindo honestidade e sinceridade alheia: dos políticos, dos policiais, das amizades, do namoro (como exigem sinceridade no namoro!)... mas eis a pergunta: as pessoas são sinceras com elas mesmas? não. na maioria das vezes não são. é mais fácil exigir dos outros, perceber os deslizes dos outros, apontar os defeitos dos outros. são incontáveis as desculpas quando se trata de nós. simplesmente não nos permitimos sentir inveja, raiva, insegurança, sentimentos que apenas fazem parte do desenvolvimento e crescimento do ser humano. no lugar disso, nos auto-martirizamos com a carga do "tenho que" ou do "não posso": "eu tenho que parecer ótimo, não posso pensar nisso, tenho que parar de sentir isso ou aquilo". mais precisamente: "tenho que ter absoluto controle sobre minhas ações, sentimentos e pensamentos. caso contrário, soa como fraqueza. e fraco, eu? não". quanta ilusão. sabe, `as vezes é preciso aceitar, apenas. mesmo a mudança interior só é plena quando existe uma pausa de aceitação, de auto-compreensão. seria: "é, to sentindo inveja, que droga. mas tudo bem, não se culpe tanto por isso, vai passar!" por que não somos bons pra gente assim? resposta: porque não nos deixamos nem identificar nossos próprios sentimentos, uma vez que, de antemão, não nos permitimos senti-los. ta aí, auto-compreensão. é isso que falta. como as pessoas se cobram! há momentos em que não enxergam suas qualidades, outros seus defeitos. e ainda outros em que enxergam defeitos onde não têm. é realmente complexo o ser humano. perdem tanto tempo tentando controlar tudo, tentando mostrar uma carcaça perfeita, de pessoa perfeita (no orkut, diga-se de passagem, todo mundo é lindo, feliz, realizado. as amizades são as mais fortes, os amores os mais sinceros), que acabam por perder a si mesmos, num cantinho empoeirado, de algum lugar escondido. a carcaça não é perfeita, ela tem marcas, ela pode rachar. não to falando que deveríamos nos entender por completo, a vida perderia sentido, mas um pouquinho de auto-sinceridade, por mais difícil que pareça ser, não faz mal a ninguém. pelo contrário, nos ajuda a entender melhor os outros também, ao invés de somente julga-los. acredito muito na idéia de que precisamos nos ajudar primeiro, antes de nos doar ao próximo. e não, isso não é egoísmo, é cuidado, é amor `a tudo que habita dentro de nós. quando não somos sinceros com nós mesmos, ser sincero com o próximo se torna tão difícil. seguindo essa linha de pensamento, quando não ajudamos a nós mesmos, a ajuda ao próximo não é plena. então vamos nos permitir sentir, o que for, o que vier. as pessoas são falhas, inseguras por natureza. acho que dá mais certo se a gente cuidar das nossas próprias falhas e inseguranças, começando por percebê-las, identificá-las. antes de exigir a honestidade e sinceridade do político, do policial, do amigo, do namorado, sejamos sinceros por dentro. talvez se o político, o policial, o amigo, o namorado o fossem, o mundo seria mais honesto.<br />o post de hoje é dedicado `a auto-sinceridade. e vamos nos cuidar com carinho!clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-35949383778500982042010-05-12T16:04:00.000-07:002010-05-12T17:27:00.706-07:00hoje.já tem um tempo que penso em fazer um blog, mas antes acabava deixando pra lá. o que eu escreveria? e se ninguém gostar? e se eu não conseguir transformar em palavras o que eu penso, sinto e acabar por me sentir frustrada por não representá-las direito? sabe, hoje cheguei `a conclusão de que isso bem que pode acontecer. e aqui estou eu, criando o blog. um tanto quanto estranho, né? vou me explicar: e SE acontecer? o que tem de tão grave aí? eu gosto tanto de escrever, sempre gostei e, se me faz tão bem, eu não deveria deixar de fazer porque podem não gostar. Esse é um risco que todos nós corremos e, se formos ceder `a ele, acabamos por não fazer nada. aí sim seríamos pessoas frustradas. em relação ao que escrever, eu, sinceramente, não sei ainda. hoje, agora é isso que estou escrevendo. digamos que seja um primeiro passo, ainda tímido, incerto, em fase de desenvolvimento. amanhã não sei que luz diferente vou encontrar por aí. sobre transformar em palavras o que penso e sinto, confesso que isso é um desafio pra mim. tanta coisa passa pela minha cabeça, algumas até fáceis de entender, outras sem sentido algum. sou feita de contradições inexplicáveis, idéias loucas, dúvidas, muitas dúvidas. realmente não sei se vai ser fácil organizar um pouquinho de tudo isso, um pouquinho de mim (um pouquinho, porque tudo, seria até perda de tempo) em palavras. mas resolvi parar de ter medo de desafios, afinal, é muito "fácil" desistir das coisas, tendo como desculpa todas as dificuldades que, muitas vezes, são criadas por nós mesmos. seria fácil falar: "ah, é tanta coisa, não vou conseguir mesmo, deixa pra lá!" (confesso que é tão fácil que me pego fazendo exatamente isso muitas vezes. não gosto quando eu faço isso).<br />só pra vocês entenderem: muito do que eu to falando é um diálogo comigo mesma. acho que precisava dizer certas coisas pra mim e parece que tá dando certo. parece que, de repente, as palavras começaram a surgir dos meus dedos, sem dificuldade, simplesmente. de vez em quando me sinto paralisada, achando que não vou conseguir fazer nada direito, um blog por exemplo. acredita? quando vou ver, estou me comparando com o famoso cocô do cavalo do bandido. conhece? vê se pode?! acho que não sou a única. se isso também acontece com vc `as vezes, falo pra nós duas (dois): ah, chega disso! eu hein! sou muito capaz, vc também deve ser! esse post, então, é dedicado `a produtividade minha, sua, de todos. sejamos úteis! (será que escrever um blog é útil? pode ser que não, né? bom, certamente é mais útil que não fazer nada). façamos alguma coisa, então! hoje!<br /><br />um pensamento: imagina se eu não estivesse escrito isso hoje. seria mais um dia querendo um fazer um blog, sem blog feito. não que esperar mais um dia pra escrever esse texto confuso fosse mudar extremamente minha vida. nesse caso acho que não mudaria muita coisa mesmo (ou mudaria? se todos os dias eu deixasse pro dia seguinte, nunca faria um blog!), mas, enfim, o pensamento é: viva o hoje! sei que maior clichê que esse não existe, mas quem disse que clichê, só porque é clichê, não faz sentido? termino o meu segundo post `a lá alcoólicos anônimos: um dia de cada vez, uma coisinha realizada de cada vez, é o que nos faz sentir úteis (mesmo que seja só ilusão). criar um blog parece ser a coisa mais ridícula de fácil do mundo, mas eu lá tive as minhas dificuldades de criá-lo. mas eu criei! hoje! e to muito feliz com ele! cada um tem suas dificuldades, aparentemente fáceis ou difíceis. mas quem tá ligando pra aparência, afinal? o que importa é caminhar. sempre.<br /><br />ps: tenho mesmo a incapacidade de controle quando estou escrevendo. simplesmente não dá pra parar! por isso, normalmente quando escrevo pra alguém tenho mania de pedir desculpa por ter escrito tanto. pela força do hábito, era isso que eu ia fazer agora. mas peraí! o blog é meu e ele foi criado com intuito de ser muito escrito mesmo! então, não peço desculpas!clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6022134516153876084.post-64421687427771085222010-05-12T15:55:00.000-07:002010-05-12T16:02:08.145-07:00descrição do blogescrevi isso na definição do meu blog, mas tinha caracteres demais. pra não apagar, resolvi postar aqui.<br /><br />clara é meu nome. mas não sou definida apenas pelo nome que meus pais me deram. ah, não mesmo, sou muito mais do que uma palavrinha composta por 5 letras. nenhum de nós é só isso, um nome. tenho (temos) muito a contribuir, a realizar. e porque não ajudar, também, em forma de escrita? mesmo que a ajuda seja "só" para nós mesmos, ou "só" para uma pessoa que, por acaso, num dia sem nada pra fazer, leia alguma idéia minha (nossa). nao quero ser prepotente a ponto de afirmar que vou ajudar com isso aqui. mas mesmo que a ajuda seja quase que insignificante, pode ser ajuda. e mesmo que não seja ajuda, pode fazer rir, ou refletir, ou nada (uma pena se não fizer sentir nada). mas mesmo que não seja nada, é, tá ali uma idéia, absurda ou não, louca ou não, utópica (odeio essa palavra), possível (tudo é), estranha ou qualquer coisa que seja: é. a descrição do meu blog, se é que seja possível defini-lo assim, precisamente, é possibilidade. talvez essa seja a palavra que eu mais goste. o mundo é feito de possibilidades. das mais surreais, inacreditáveis, bonitas possibilidades. são tantas.. é provável que muito do que eu escreva vai ser confuso, alguns textos não tão interessantes assim, pra serem postados, mas resolvi que aqui vai ser um canto de palavras, quaisquer que sejam, agradáveis ou não. vou me sentir em casa aqui. espero que você também. porque tudo o que está aqui, tudo o que existe, imaterial ou materialmente, é. porque se fez possível ser.clara symhttp://www.blogger.com/profile/09787854036978004176noreply@blogger.com2